segunda-feira, 29 de abril de 2013

6º Abril Pró Hip-Hop (Maceió)

Nos dias 27 e 28 do mês de Abril, realizou-se um dos eventos mais esperados em Alagoas pra quem realmente é da cultura HIP-HOP.

            Essa é 6ª edição do evento chamado Abril Pró Hip-Hop, uma realização da Coletivo Cia Hip-Hop de Alagoas, a entrada foi grátis, na Escola Estadual Geraldo Melo dos Santos em Maceió, no Conjunto Graciliano Ramos. O evento abordou todos os elementos da cultura, MC, Breaking, Grafite e DJ. O evento contou com mais de cem pessoas, todos tinham algo a mostrar, um lugar onde você que curte Hip-Hop se sentiria em casa.
            
           O blog compareceu e abordou uma das pessoas responsáveis pela organização do evento. Ele se chama EMISSÁRIO e lhe foi perguntado sobre o processo de organização e se houve alguma dificuldade, em resposta ele disse:

 “Sempre há dificuldades falando de Hip-Hop, como o evento é conhecido, contou com vários apoios, ajudando na cobertura do evento.”

Depois foi lhe perguntado se o evento se preocupava em passar uma boa imagem da cultura Hip-Hop para as pessoas, em resposta ele disse:

           “O Abril Pró Hip-Hop não é só uma festa, é uma reunião onde as pessoas da cultura hip-hop se encontram pra fazer o que sabem de melhor. E claro que sempre é bom passar uma boa imagem. Como exemplo, no evento não foi permitido a venda de bebidas e cigarro.”

Houve uma batalha de Break, onde equipes de cinco B-Boys e B-Girls competiram na busca da premiação. Mas antes do inicio da competição foi pregada um pouco da Palavra de Deus pra quem estava ali.


              Foi uma batalha limpa e instigante, de fase em fase a crew União Quilombrothers foi campeã, contra a crew Vila Style.
              Um dos B-Boys da crew foi entrevistado e lhe foi perguntado como ele se sentiu ao se sair vencedor. O apelido dele é CHOQUITO e se chama Eves, e em resposta ele disse:




“Ganhar sempre é bom, mas a gente também viu o lado da humildade, por que tem gente ganha e não é humilde.”

            Depois lhe foi perguntado se ele aprendeu algo participando do evento:

            “Todo evento você aprende algo, tanto pro bem ou pro mal, acabei ganhando mais experiência e respeito pelos os outros B-Boys.”







E além da premiação da crew campeã, houve a premiação do B-Boy destaque, aliais, a B-Girl destaque:


Ela se chama Mônica (B.girl Mony) e no meio dos marmanjos se destacou como B-Girl Destaque, ela é da crew União Quilombrothers. Não só ela foi destaque, mas a crew de B-Girls “Estilo Feminino” mostrou grande habilidade, vencendo várias crews.


 Um dos B-Boys daqui de São Miguel dos Campos participou de uma das batalhas, o B.boy . (Edward Santos)


Já no RAP, vários grupos se apresentaram, como Magojow Scheneider, Frick ZN, U-MildMente Rap, Cia Hip-Hop...


              Pra representar nossa cidade, o rapper Ícaro Daini (21 anos) se apresentou pela primeira vez nesse evento, dando orgulho pra São Miguel mostrando que o rap em nossa cidade não foi esquecido. Ele também foi entrevistado e citou a grande satisfação que foi rimar num evento grande e conhecido como esse.






 Em entrevista nós o perguntamos se ele aprendeu, algo participando desse evento, ou se devia melhorar alguma coisa:

“Uma coisa que eu aprendi hoje é que faça você mesmo, por que eu contava com uns caras aí, ai acabaram não vindo, então não espere por ninguém.”

Também foi perguntado se havia algum projeto futuro, sua inspiração e com quantos anos começou a cantar rap:

“Eu comecei a cantar rap com 13 anos de idade, com inspiração do rapper Alex do NSC (Neurônios Sub-Conscientes). E vêm aí novos projetos, músicas e parcerias.”

O rapper Magojow Scheneider e organizador do evento, foi bem simpático e humilde e aceitou ser entrevistado pela nossa equipe, em entrevista lhe foi perguntado se das quatro vezes que ele se apresentou no Abril Pró Hip-Hop, ele sempre aprendia algo:


“Cara, eu aprendo que em cada show a esperança não morre, a esperança de que almas podem ser resgatadas pelo Hip-Hop.”

             O rapper iniciou sua carreira no rap nacional no ano de 2001 e tem como estilo o Rap Gangster, depois foi lhe perguntado qual era sua inspiração e nos surpreendeu com a resposta:

            “Minha inspiração são vocês, a rapa que curte rap, essa é minha inspiração, são vocês que me julgam, eu faço o meu som pra vocês, eu não vou fazer um rap e dizer que eu sou o cara, meu som é 10, nada disso, meu som é pra vocês pensarem, nada de apologia ao crime, eu não quero isso pras minhas letras, tá entendendo.”

            Os Criminalz Crew (Wiiu Tellyz & Zaak Teê) mostraram um pouco de “popping” que se mistura com a cultura Hip-Hop, eles são daqui de São Miguel e representou.


            E também a rapa do skate, que apesar de não serem elementos da cultura hip-hop, se juntaram com a galera e compareceram no evento, fortalecendo a cena da juventude.


Foi um evento que deu um gosto de quero mais, que ensinou que a cultura hip-hop não é só uma cultura, é uma família, onde todos os elementos e todos os manos se juntam pra mostrar a beleza da música, da dança e da pintura.
Lembrando que todo ano tem e ano que vem, se Deus quiser nós do Blog e uma grande rapa de São Miguel vai estar lá. Então, até o 7º Abril Pró Hip-Hop.





Alysson Bruno e Darlhin Araújo
Equipe do Blog Hip-Hop Miguelense









terça-feira, 9 de abril de 2013

Pessoas com Deficiência na Cultura Hip-Hop


Não é difícil encontrar pessoas com deficiências dentro da cultura hip-hop, seja física, visual ou auditiva. Em vários lugares encontram-se pessoas com a capacidade de realizar essas proezas, que vocês vão ver aqui em baixo:

Você deve estar se perguntando: “Como é que um deficiente físico pode dançar breaking?”

Essa é a reposta:


Luca Patuelli nasceu em 28 de julho de 1984 em Montreal, Canadá. Ele nasceu com artrogripose, um distúrbio muscular que afeta as pernas. Foi apelidado de “Lazylegz”. “Lazy Leg” na tradução para o português significa “perna preguiçosa”. “Irônico não?”

Em 1999, aos 15 anos de idade descobriu o “B-boying” também conhecido como breakdancing. Ele começou a aprender movimentos e modificá-los para criar seu estilo próprio que exigia tanto a força da parte superior do corpo como o uso de muletas. Assim nasceu o apelido “Lazylegz”. 

Em 2007, Lazylegz criou o grupo “ILL-Abilities”, composto dos melhores dançarinos com deficiência do Canadá, EUA, Chile e Holanda. O objetivo do grupo é mostrar ao mundo que, você pode ser otimista, criativo e adaptar-se a qualquer situação, pois qualquer coisa é possível. Juntos, eles levam ao mundo a mensagem “Sem desculpas, Sem Limites”.


E você já imaginou um rapper surdo? Não? Esse é Marko Vuoriheimo, 34 anos, surdo.




O artista contou a São Paulo, por e-mail, como faz para costurar as batidas à narrativa de gestos com que conta histórias. “Sinto a música, literalmente. Porque o grave do som vibra mais, então corre no meu sangue.”

Ele completa a tremedeira do ritmo com letras autobiográficas. Uma fala de quando era criança e sonhava em aparecer na MTV, mas ouviu da professora que aquilo não era possível.

Ah! A cada representante da cultura que passa fica mais interessante não é? Então conheça o Pascal Kleiman: 




Um DJ que usa os pés – em vez das mãos – para mixar discos se tornou uma estrela.

Radicado na Espanha há 26 anos, nasceu sem braços devido a uma malformação fetal causada pelo medicamento talidomida, ingerido por sua mãe na gravidez.

A deficiência física, no entanto, não o impediu de tentar a carreira de DJ.

Como Kleiman conta no documentário espanhol Héroes, “no hacen falta alas para volar” (“Heróis, não é preciso asas para voar”, em tradução livre).


Deficiência e Grafite:




Pode parecer absurdo, mas um artista americano cria grafite em braile.

Inspirado pela ideia de fazer com que as pessoas prestem atenção no que as cerca, o artista multimídia Scott Wayne Indiana, de 34 anos, inventou o grafite em braile. Trata-se de um adesivo – ou “sticker”, como é chamado – com cinco tipos de frases escritas na linguagem para deficientes visuais.

“A maioria das pessoas não enxerga. Não apenas aquelas que têm deficiência visual”, diz Scott, que espalhou suas criações pelas ruas de Portland, nos Estados Unidos, no fim do ano passado e vem recebendo mensagens de artistas que adotaram a ideia em outras regiões. “Os stickers são feitos para os deficientes visuais, mas também funcionam como um símbolo para os pedestres que não se importam com o que existe à sua volta.” 

Ele conta que muita gente achou a ideia estúpida, imaginando que pessoas cegas não encontrariam os adesivos. “Eu acho uma crítica engraçada. É como dizer que uma ilha tropical não é bonita porque ninguém vai lá. Bem, eu estou tentando levar as pessoas para lá. Fale sobre a ilha, e não sobre a impossibilidade de chegar nela.” 

Aqui em São Miguel dos Campos também se encontra pessoas assim, mas o que mais se destaca é esse:


Maycon Souza Pereira, ele é surdo, e por incrível que pareça ele dança breaking.

Mais conhecido como “mudinho”, ninguém entende como ele consegue dançar no ritmo das batidas. Ele sempre está por aí em Rodas de Break e rachas nas quebradas de São Miguel. Quem já viu ele dançando, sabe do que ele é capaz.

A Cultura Hip-Hop não é exclusiva, é pra quem sentir que é da família, você poder ser jovem, idoso, negro branco. É exatamente pra todos os públicos. Nossa cultura é show.


Alysson Bruno
Equipe do Blog Hip-Hop Miguelense